Assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia é adiada, dizem agências
Ursula Von der Leyen em 20 de março de 2025 Reuters/Yves Herman/File Photo A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou líderes do bloco nesta quinta-feira (18) que o acordo com o Mercosul não será assinado neste sábado (20). A informação foi divulgada pelas agências de notícias AFP e Reuters. ????Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Segundo fontes diplomáticas, von der Leyen confirmou que a conclusão do acordo foi adiada para janeiro. A Comissão Europeia planejava assinar nesta semana o pacto, que criaria a maior zona de livre comércio do mundo. O plano, no entanto, mudou após a Itália se alinhar à França para exigir um adiamento e buscar maior proteção ao setor agrícola. ???? O acordo comercial prevê a redução ou eliminação gradual de tarifas de importação e exportação, além de regras comuns para temas como comércio de bens industriais e agrícolas, investimentos e padrões regulatórios. Veja os vídeos em alta no g1: Veja os vídeos que estão em alta no g1 Os debates sobre o assunto se intensificaram nesta quinta-feira, com o início da reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, que segue até esta sexta (19). O acordo, negociado ao longo de 25 anos, está no centro das discussões. Veja abaixo os fatores que influenciaram a decisão: França marca oposição O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que o país não apoiará o acordo comercial sem a inclusão de novas salvaguardas para os agricultores franceses. A França é hoje o principal foco de resistência ao tratado dentro do bloco europeu. “Quero dizer aos nossos agricultores, que expressam a posição francesa desde o início, que consideramos que as contas não fecham e que este acordo não pode ser assinado”, declarou Macron. A afirmação foi feita à imprensa antes de uma das reuniões de cúpula da União Europeia. Alemanha e Espanha apoiam acordo Enquanto a França mantém resistência, o chanceler alemão, Friedrich Merz, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, defenderam que o bloco avance no acordo firmado politicamente no ano passado com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Alemanha, Espanha e países nórdicos avaliam que o tratado pode ajudar a compensar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos europeus e reduzir a dependência em relação à China, ao ampliar o acesso a minerais e novos mercados. “Se a União Europeia quiser manter credibilidade na política comercial global, decisões precisam ser tomadas agora”, declarou o chanceler alemão. Itália mantém incerteza Já a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que o país pode apoiar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, desde que sejam atendidas as preocupações levantadas pelos agricultores italianos. “O governo italiano está pronto para assinar o acordo assim que forem dadas as respostas necessárias aos agricultores, o que depende das decisões da Comissão Europeia e pode ser resolvido rapidamente”, declarou. Brasil segue otimista Pouco antes de a primeira-ministra da Itália se manifestar sobre o acordo, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), informou que havia conversado por telefone com Giorgia Meloni. Segundo Lula, a premiê disse não ser contrária ao tratado, mas relatou enfrentar um “constrangimento político” em razão da pressão de agricultores italianos. Ainda de acordo com o presidente, Meloni afirmou estar confiante de que conseguirá convencer o setor a apoiar o acordo. “Se a gente tiver paciência de uma semana, de dez dias, de no máximo um mês, a Itália estará junto com o acordo”, afirmou Lula. Agricultores protestam em Bruxelas Enquanto os governos se reuniam no Conselho Europeu, milhares de agricultores de diferentes países foram a Bruxelas para protestar contra a política agrícola da União Europeia e, em especial, contra o acordo comercial com o Mercosul. A mobilização reuniu centenas de tratores nas imediações das instituições europeias. Durante o protesto, eles queimaram pneus e lançaram batatas e outros objetos contra a polícia nas proximidades do Parlamento Europeu. Houve também registro de danos ao prédio Station Europe, localizado na Praça de Luxemburgo, onde uma janela foi quebrada. A polícia interveio para dispersar o ato. Ao menos uma pessoa ficou ferida, segundo informações das autoridades locais. Em atualização.

Ursula Von der Leyen em 20 de março de 2025 Reuters/Yves Herman/File Photo A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou líderes do bloco nesta quinta-feira (18) que o acordo com o Mercosul não será assinado neste sábado (20). A informação foi divulgada pelas agências de notícias AFP e Reuters. ????Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Segundo fontes diplomáticas, von der Leyen confirmou que a conclusão do acordo foi adiada para janeiro. A Comissão Europeia planejava assinar nesta semana o pacto, que criaria a maior zona de livre comércio do mundo. O plano, no entanto, mudou após a Itália se alinhar à França para exigir um adiamento e buscar maior proteção ao setor agrícola. ???? O acordo comercial prevê a redução ou eliminação gradual de tarifas de importação e exportação, além de regras comuns para temas como comércio de bens industriais e agrícolas, investimentos e padrões regulatórios. Veja os vídeos em alta no g1: Veja os vídeos que estão em alta no g1 Os debates sobre o assunto se intensificaram nesta quinta-feira, com o início da reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, que segue até esta sexta (19). O acordo, negociado ao longo de 25 anos, está no centro das discussões. Veja abaixo os fatores que influenciaram a decisão: França marca oposição O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que o país não apoiará o acordo comercial sem a inclusão de novas salvaguardas para os agricultores franceses. A França é hoje o principal foco de resistência ao tratado dentro do bloco europeu. “Quero dizer aos nossos agricultores, que expressam a posição francesa desde o início, que consideramos que as contas não fecham e que este acordo não pode ser assinado”, declarou Macron. A afirmação foi feita à imprensa antes de uma das reuniões de cúpula da União Europeia. Alemanha e Espanha apoiam acordo Enquanto a França mantém resistência, o chanceler alemão, Friedrich Merz, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, defenderam que o bloco avance no acordo firmado politicamente no ano passado com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Alemanha, Espanha e países nórdicos avaliam que o tratado pode ajudar a compensar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos europeus e reduzir a dependência em relação à China, ao ampliar o acesso a minerais e novos mercados. “Se a União Europeia quiser manter credibilidade na política comercial global, decisões precisam ser tomadas agora”, declarou o chanceler alemão. Itália mantém incerteza Já a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que o país pode apoiar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, desde que sejam atendidas as preocupações levantadas pelos agricultores italianos. “O governo italiano está pronto para assinar o acordo assim que forem dadas as respostas necessárias aos agricultores, o que depende das decisões da Comissão Europeia e pode ser resolvido rapidamente”, declarou. Brasil segue otimista Pouco antes de a primeira-ministra da Itália se manifestar sobre o acordo, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), informou que havia conversado por telefone com Giorgia Meloni. Segundo Lula, a premiê disse não ser contrária ao tratado, mas relatou enfrentar um “constrangimento político” em razão da pressão de agricultores italianos. Ainda de acordo com o presidente, Meloni afirmou estar confiante de que conseguirá convencer o setor a apoiar o acordo. “Se a gente tiver paciência de uma semana, de dez dias, de no máximo um mês, a Itália estará junto com o acordo”, afirmou Lula. Agricultores protestam em Bruxelas Enquanto os governos se reuniam no Conselho Europeu, milhares de agricultores de diferentes países foram a Bruxelas para protestar contra a política agrícola da União Europeia e, em especial, contra o acordo comercial com o Mercosul. A mobilização reuniu centenas de tratores nas imediações das instituições europeias. Durante o protesto, eles queimaram pneus e lançaram batatas e outros objetos contra a polícia nas proximidades do Parlamento Europeu. Houve também registro de danos ao prédio Station Europe, localizado na Praça de Luxemburgo, onde uma janela foi quebrada. A polícia interveio para dispersar o ato. Ao menos uma pessoa ficou ferida, segundo informações das autoridades locais. Em atualização.
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