Dólar opera em alta, de olho em PIB do Brasil, medidas de Lula e emprego nos EUA; Ibovespa sobe
No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 0,02%, cotada a R$ 5,7570. Já o principal índice da bolsa subiu 0,25%, aos 123.358 pontos. Notas de real e dólar Amanda Perobelli/ Reuters O dólar opera em alta nesta sexta-feira (7), conforme investidores repercutiam a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 do Brasil e dos novos dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos. Segundo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira cresceu 3,4% em 2024. O resultado representa uma aceleração em comparação ao observado em 2023 (3,2%) e foi a maior taxa anual do PIB desde 2021. Ainda assim, o número ficou abaixo das projeções do mercado financeiro, de 4,1% no ano. O resultado reforça a perspectiva de que a economia brasileira deve continuar forte ainda no primeiro trimestre deste ano, com uma desaceleração gradual da atividade ao longo de 2025. Nesse cenário, a leitura é que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter o ciclo de altas da taxa básica de juros brasileira, a Selic. Além disso, investidores também repercutem as medidas anunciadas na quinta-feira (6) pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para tentar reduzir a inflação dos alimentos. No exterior, o destaque ficou com o relatório de emprego dos Estados Unidos conhecido como payroll. O relatório indicou que o país abriu 151 mil postos de trabalho em fevereiro, enquanto a taxa de desemprego subiur para 4,1%. O "tarifaço" de Donald Trump também segue no radar, após o presidente dos EUA decidir adiar por mais um mês as tarifas cobradas sobre produtos importados do México e do Canadá. Veja abaixo o resumo dos mercados. Em meio a decretos de Trump elevando tarifas, veja principais itens do comércio entre Brasil e EUA e as tarifas cobradas Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair Dólar Às 11h47, o dólar operava em alta de 0,38%, aos R$ 5,7779. Veja mais cotações. No dia anterior, a moeda americana teve alta de 0,02%, cotada a R$ 5,7570. Com o resultado, acumulou: queda de 2,69% na semana e no mês; perdas de 6,84% no ano. a Ibovespa No mesmo horário, o Ibovespa tinha alta de 0,51%, aos 123.990 pontos. Na véspera, o índice teve alta de 0,25%, aos 123.358 pontos. Com o resultado, o Ibovespa acumulou: alta de 0,45% na semana e no mês; ganho de 2,56% no ano. O que está mexendo com os mercados? Em um dia de agenda econômica cheia, as atenções ficam voltadas principalmente para os novos dados de atividade do Brasil e para os indicadores de emprego dos Estados Unidos. Por aqui, o destaque fica com o PIB do Brasil, que registrou uma alta de 3,4% em 2024. O número veio abaixo do esperado pelos analistas do mercado financeiro (4,1%), mas ainda representa uma aceleração em comparação a 2023 (3,2%) e o maior crescimento registrado no país desde 2021. O resultado foi puxado principalmente pelos setores de serviços, que subiu 3,7%, e indústria, com alta de 3,3%. A agropecuária, porém, teve um recuo de 3,2% no ano. O forte nível de consumo das famílias também contribuiu para a alta do PIB no ano, com uma alta de 4,8% em relação a 2023. O resultado reforça a perspectiva de que a economia brasileira ainda tenha um bom desempenho no primeiro trimestre deste ano, mas indica que deve continuar em uma desaceleração gradual ao longo dos próximos meses. O cenário, no entanto, também aumenta a perspectiva de que o Copom do Banco Central deve continuar em seu ciclo de alta da Selic. Economia do Brasil cresce, mas baixo poder de compra assola opinião popular: ‘Tudo muito caro’ Após a divulgação do resultado, o Ministério da Fazenda anunciou continua prevendo uma expansão de 2,3% para o PIB em 2025, com desaceleração frente ao ritmo de crescimento da economia no ano passado. Ainda no Brasil, o cenário político também fica no radar, após o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciar, na véspera, novas medidas para tentar baratear o preço dos alimentos. Entre as propostas, estão: zerar a tarifa de importação para alguns alimentos, como carne, café, açúcar, milho e azeite de oliva. Já no exterior, a agenda de indicadores contou com a divulgação do payroll, um dos relatórios de emprego considerados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para suas decisões de política monetária. O documento indicou que a abertura de postos de trabalho nos EUA ganhou força em fevereiro e a taxa de desemprego subiu ligeiramente, para 4,1%. Ainda assim, a leitura é que a crescente incerteza sobre a política comercial e os profundos cortes de gastos do governo federal podem corroer a resiliência do mercado de trabalho nos próximos meses. Nesse sentido, os recentes anúncios sobre a política tarifária do presidente norte-americano, Donald Trump, também continuam a impactar os mercados. Na véspera, o republicano recuou mais uma vez sobre as taxas de 25% aplicadas sobre produtos do Canadá e no México, que tinham entrado em vigor na terça-feira. Já na quar

No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 0,02%, cotada a R$ 5,7570. Já o principal índice da bolsa subiu 0,25%, aos 123.358 pontos. Notas de real e dólar Amanda Perobelli/ Reuters O dólar opera em alta nesta sexta-feira (7), conforme investidores repercutiam a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 do Brasil e dos novos dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos. Segundo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira cresceu 3,4% em 2024. O resultado representa uma aceleração em comparação ao observado em 2023 (3,2%) e foi a maior taxa anual do PIB desde 2021. Ainda assim, o número ficou abaixo das projeções do mercado financeiro, de 4,1% no ano. O resultado reforça a perspectiva de que a economia brasileira deve continuar forte ainda no primeiro trimestre deste ano, com uma desaceleração gradual da atividade ao longo de 2025. Nesse cenário, a leitura é que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter o ciclo de altas da taxa básica de juros brasileira, a Selic. Além disso, investidores também repercutem as medidas anunciadas na quinta-feira (6) pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para tentar reduzir a inflação dos alimentos. No exterior, o destaque ficou com o relatório de emprego dos Estados Unidos conhecido como payroll. O relatório indicou que o país abriu 151 mil postos de trabalho em fevereiro, enquanto a taxa de desemprego subiur para 4,1%. O "tarifaço" de Donald Trump também segue no radar, após o presidente dos EUA decidir adiar por mais um mês as tarifas cobradas sobre produtos importados do México e do Canadá. Veja abaixo o resumo dos mercados. Em meio a decretos de Trump elevando tarifas, veja principais itens do comércio entre Brasil e EUA e as tarifas cobradas Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair Dólar Às 11h47, o dólar operava em alta de 0,38%, aos R$ 5,7779. Veja mais cotações. No dia anterior, a moeda americana teve alta de 0,02%, cotada a R$ 5,7570. Com o resultado, acumulou: queda de 2,69% na semana e no mês; perdas de 6,84% no ano. a Ibovespa No mesmo horário, o Ibovespa tinha alta de 0,51%, aos 123.990 pontos. Na véspera, o índice teve alta de 0,25%, aos 123.358 pontos. Com o resultado, o Ibovespa acumulou: alta de 0,45% na semana e no mês; ganho de 2,56% no ano. O que está mexendo com os mercados? Em um dia de agenda econômica cheia, as atenções ficam voltadas principalmente para os novos dados de atividade do Brasil e para os indicadores de emprego dos Estados Unidos. Por aqui, o destaque fica com o PIB do Brasil, que registrou uma alta de 3,4% em 2024. O número veio abaixo do esperado pelos analistas do mercado financeiro (4,1%), mas ainda representa uma aceleração em comparação a 2023 (3,2%) e o maior crescimento registrado no país desde 2021. O resultado foi puxado principalmente pelos setores de serviços, que subiu 3,7%, e indústria, com alta de 3,3%. A agropecuária, porém, teve um recuo de 3,2% no ano. O forte nível de consumo das famílias também contribuiu para a alta do PIB no ano, com uma alta de 4,8% em relação a 2023. O resultado reforça a perspectiva de que a economia brasileira ainda tenha um bom desempenho no primeiro trimestre deste ano, mas indica que deve continuar em uma desaceleração gradual ao longo dos próximos meses. O cenário, no entanto, também aumenta a perspectiva de que o Copom do Banco Central deve continuar em seu ciclo de alta da Selic. Economia do Brasil cresce, mas baixo poder de compra assola opinião popular: ‘Tudo muito caro’ Após a divulgação do resultado, o Ministério da Fazenda anunciou continua prevendo uma expansão de 2,3% para o PIB em 2025, com desaceleração frente ao ritmo de crescimento da economia no ano passado. Ainda no Brasil, o cenário político também fica no radar, após o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciar, na véspera, novas medidas para tentar baratear o preço dos alimentos. Entre as propostas, estão: zerar a tarifa de importação para alguns alimentos, como carne, café, açúcar, milho e azeite de oliva. Já no exterior, a agenda de indicadores contou com a divulgação do payroll, um dos relatórios de emprego considerados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para suas decisões de política monetária. O documento indicou que a abertura de postos de trabalho nos EUA ganhou força em fevereiro e a taxa de desemprego subiu ligeiramente, para 4,1%. Ainda assim, a leitura é que a crescente incerteza sobre a política comercial e os profundos cortes de gastos do governo federal podem corroer a resiliência do mercado de trabalho nos próximos meses. Nesse sentido, os recentes anúncios sobre a política tarifária do presidente norte-americano, Donald Trump, também continuam a impactar os mercados. Na véspera, o republicano recuou mais uma vez sobre as taxas de 25% aplicadas sobre produtos do Canadá e no México, que tinham entrado em vigor na terça-feira. Já na quarta, antes dos novos recuos, a Casa Branca havia informado a suspensão de taxas sobre importações de automóveis do Canadá e do México por um período de um mês. Segundo a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, Trump conversou com os presidentes de três grandes montadoras — a Ford, a General Motors (GM) e a Stellantis —, avisando-os que deveriam mover a produção do Canadá e do México para os EUA. "Falamos com as três grandes concessionárias de automóveis. [...] Vamos dar uma isenção de um mês para qualquer automóvel que venha pelo USMCA", afirmou Trump em comunicado, referindo-se ao acordo de livre comércio da América do Norte, negociado em seu primeiro mandato. Mais cedo, também na quarta, Howard Lutnick havia dito que tarifas recíprocas mais amplas ainda viriam em 2 de abril, mas de forma escalonada, com algumas sendo cobradas imediatamente e outras levando semanas ou meses antes de serem impostas. A perspectiva de que os EUA podem ser mais flexíveis com a política tarifária agrada o mercado porque diminui a cautela com a possível pressão inflacionária decorrente das medidas. Taxas maiores aos produtos que chegam aos EUA tendem a elevar os preços dos insumos e produtos no país, encarecendo a produção de diversas cadeias produtivas e os preços para o consumidor final — movimento que pode pressionar a inflação americana. Uma inflação maior nos EUA pode levar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a elevar suas taxas de juros. Isso aumentaria, também, a rentabilidade dos títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo, o que leva investidores a retirarem seu dinheiro de ativos de risco e migrarem para esses títulos, influenciando o preço do dólar e, consequentemente, a inflação em todo o mundo. Veja como foi o vaivém das tarifas de Trump contra Canadá e México: Trump prometeu durante a campanha eleitoral que taxaria produtos importados, em especial do Canadá e do México, seus principais parceiros comerciais. Após assumir o cargo em janeiro, ele impôs uma tarifa de 25%, mas adiou sua aplicação para março, enquanto negociava com os dois países. Nesta semana, quando a cobrança começaria, ele anunciou um novo adiamento. Primeiro, isentou carros importados. Agora, outros produtos incluídos no acordo comercial da América do Norte. Além de México e Canadá, Trump anunciou taxas de 20% sobre produtos chineses e de 25% sobre as importações de aço e alumínio. Nesta quinta-feira, Trump também afirmou que vai modificar as tarifas recentemente anunciadas por ele sobre aço e alumínio. O republicano não deu mais detalhes sobre quais seriam as alterações. As medidas foram anunciadas no começo de fevereiro e impunham uma taxa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio feitas pelos EUA. Inicialmente, as tarifas entrariam em vigor já na próxima semana, em 12 de março. A medida pode atingir em cheio o setor de siderurgia de países como México, Canadá e Brasil, e faz parte de uma das principais promessas de campanha de Trump: a taxação de produtos estrangeiros para priorizar a indústria norte-americana. *Com informações da agência de notícias Reuters
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