Dólar opera em queda e fica abaixo de R$ 5,60, de olho em bloqueios no Orçamento e contas públicas dos EUA; Ibovespa sobe
Na quarta-feira, a moeda norte-americana caiu 0,46%, cotada a R$ 5,6431. A bolsa teve recuo de 1,59%, aos 137.881 pontos. Funcionário de banco em Jacarta, na Indonésia, conta notas de dólar, em 10 de abril de 2025 Tatan Syuflana/ AP O dólar opera em queda nesta quinta-feira (22), tendo atingido a mínima de R$ 5,59,conforme investidores reagem à possibilidade de bloqueios no Orçamento brasileiro para garantir o cumprimento da meta fiscal de 2025. A aprovação de um enorme pacote de cortes de impostos nos Estados Unidos também fica no radar. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, passou a subir. Nesta quarta (21), a bolsa brasileira teve um dia de fortes correções e fechou em queda de 1,59%, após ter batido o recorde histórico de 140 mil pontos na véspera. Por aqui, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai participar, no início da tarde, da divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas do governo e falar sobre a eventual necessidade de fazer bloqueios nos gastos, caso as estimativas estejam piores que o previsto. O governo brasileiro vive o desafio de manter o crescimento do país e a população empregada, mas sem que a inflação dispare. Para isso, é necessário que esse crescimento seja natural da economia, e não gerado por gastos públicos excessivos. No cenário externo, os mercados repercutem a aprovação pela Câmara dos Deputados dos EUA de um projeto de lei proposto pelo presidente americano Donald Trump para cortar impostos. De acordo com o Escritório de Orçamento do Congresso, as novas medidas devem adicionar cerca de US$ 3,8 trilhões à dívida de US$ 36,2 trilhões do governo federal americano na próxima década, o que preocupa o mercado financeiro, já incomodado com a guerra tarifária do republicano — principalmente após a agência Moody's de classificação de risco ter rebaixado a nota de crédito do país. Veja abaixo o resumo dos mercados. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair ????Dólar Às 14h46, o dólar tinha queda de 0,74%, cotado a R$ 5,6015. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,5960. Veja mais cotações. Na véspera, a moeda americana fechou em queda de 0,46%, cotada a R$ 5,6431. Com o resultado, acumulou: recuo de 0,45% na semana; queda de 0,60% no mês; e perda de 8,68% no ano. a ????Ibovespa No mesmo horário, o Ibovespa operava em alta de 0,53%, aos 138.609 pontos. Na véspera, o índice fechou em queda de 1,59%, aos 137.881 pontos. Com o resultado, o índice acumulou: queda de 0,94% na semana; avanço de 2,08% no mês; e ganho de 14,63% no ano. O que está mexendo com os mercados? No Brasil, o mercado financeiro está à espera da divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas do governo. Há uma expectativa de que a equipe econômica faça uma contenção significativa de despesas já nesta primeira publicação, a fim de passar a mensagem de que vai adotar as medidas necessárias para cumprir a meta fiscal de 2025. Questionado sobre a possibilidade de um contingenciamento de R$ 18 bilhões, que vem sendo ventilada no mercado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad disse apenas que não antecipará nenhuma informação, sem confirmar a possibilidade. “Quinta-feira vou anunciar pra todo mundo, não vou privilegiar ninguém", disse. Os receios fiscais dos investidores também têm sido ampliados pelos pedidos de reembolso dos aposentados e pensionistas vítimas da fraude dos descontos associativos do INSS. Segundo o instituto, mais de 1,8 milhões de pessoas já haviam solicitado a devolução até quarta-feira (21). Além disso, o mercado avalia os impactos da nova medida provisória do governo que altera regras do setor elétrico e amplia descontos na tarifa de energia. Segundo dados do governo, cerca 55 milhões de brasileiros serão beneficiados com desconto e 60 milhões com a isenção da conta de luz. Pelo fato de o governo ter uma política fiscal expansionista (gasta em excesso), o Banco Central do Brasil (BC) tem mantido a taxa de juros básica da economia brasileira em patamar elevado (14,75%). ???? A lógica é que juros mais altos desestimulam o consumo, pois fica mais caro fazer empréstimos ou compras a prazo. Ao reduzir o consumo, a demanda por produtos diminui, o que ajuda a controlar a inflação, que ocorre quando a oferta não acompanha a demanda. Na última segunda-feira (19), o presidente do BC, Gabriel Galípolo, reforçou que, diante do cenário atual, faz sentido manter os juros em patamar alto por mais tempo. O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país. Cenário fiscal dos EUA Já a notícia do dia para os mercados globais é a aprovação pela Câmara dos Deputados dos EUA do "One Big Beautiful Bill Act" ("Um projeto grande e bonito", na tradução), nomeado pelos republicanos em homenagem ao presidente Donald Trump. O pacote, que agora segue para o Senado, busca tornar permanentes os cortes de impostos de renda individual e sobre herança aprovados

Na quarta-feira, a moeda norte-americana caiu 0,46%, cotada a R$ 5,6431. A bolsa teve recuo de 1,59%, aos 137.881 pontos. Funcionário de banco em Jacarta, na Indonésia, conta notas de dólar, em 10 de abril de 2025 Tatan Syuflana/ AP O dólar opera em queda nesta quinta-feira (22), tendo atingido a mínima de R$ 5,59,conforme investidores reagem à possibilidade de bloqueios no Orçamento brasileiro para garantir o cumprimento da meta fiscal de 2025. A aprovação de um enorme pacote de cortes de impostos nos Estados Unidos também fica no radar. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, passou a subir. Nesta quarta (21), a bolsa brasileira teve um dia de fortes correções e fechou em queda de 1,59%, após ter batido o recorde histórico de 140 mil pontos na véspera. Por aqui, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai participar, no início da tarde, da divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas do governo e falar sobre a eventual necessidade de fazer bloqueios nos gastos, caso as estimativas estejam piores que o previsto. O governo brasileiro vive o desafio de manter o crescimento do país e a população empregada, mas sem que a inflação dispare. Para isso, é necessário que esse crescimento seja natural da economia, e não gerado por gastos públicos excessivos. No cenário externo, os mercados repercutem a aprovação pela Câmara dos Deputados dos EUA de um projeto de lei proposto pelo presidente americano Donald Trump para cortar impostos. De acordo com o Escritório de Orçamento do Congresso, as novas medidas devem adicionar cerca de US$ 3,8 trilhões à dívida de US$ 36,2 trilhões do governo federal americano na próxima década, o que preocupa o mercado financeiro, já incomodado com a guerra tarifária do republicano — principalmente após a agência Moody's de classificação de risco ter rebaixado a nota de crédito do país. Veja abaixo o resumo dos mercados. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair ????Dólar Às 14h46, o dólar tinha queda de 0,74%, cotado a R$ 5,6015. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,5960. Veja mais cotações. Na véspera, a moeda americana fechou em queda de 0,46%, cotada a R$ 5,6431. Com o resultado, acumulou: recuo de 0,45% na semana; queda de 0,60% no mês; e perda de 8,68% no ano. a ????Ibovespa No mesmo horário, o Ibovespa operava em alta de 0,53%, aos 138.609 pontos. Na véspera, o índice fechou em queda de 1,59%, aos 137.881 pontos. Com o resultado, o índice acumulou: queda de 0,94% na semana; avanço de 2,08% no mês; e ganho de 14,63% no ano. O que está mexendo com os mercados? No Brasil, o mercado financeiro está à espera da divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas do governo. Há uma expectativa de que a equipe econômica faça uma contenção significativa de despesas já nesta primeira publicação, a fim de passar a mensagem de que vai adotar as medidas necessárias para cumprir a meta fiscal de 2025. Questionado sobre a possibilidade de um contingenciamento de R$ 18 bilhões, que vem sendo ventilada no mercado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad disse apenas que não antecipará nenhuma informação, sem confirmar a possibilidade. “Quinta-feira vou anunciar pra todo mundo, não vou privilegiar ninguém", disse. Os receios fiscais dos investidores também têm sido ampliados pelos pedidos de reembolso dos aposentados e pensionistas vítimas da fraude dos descontos associativos do INSS. Segundo o instituto, mais de 1,8 milhões de pessoas já haviam solicitado a devolução até quarta-feira (21). Além disso, o mercado avalia os impactos da nova medida provisória do governo que altera regras do setor elétrico e amplia descontos na tarifa de energia. Segundo dados do governo, cerca 55 milhões de brasileiros serão beneficiados com desconto e 60 milhões com a isenção da conta de luz. Pelo fato de o governo ter uma política fiscal expansionista (gasta em excesso), o Banco Central do Brasil (BC) tem mantido a taxa de juros básica da economia brasileira em patamar elevado (14,75%). ???? A lógica é que juros mais altos desestimulam o consumo, pois fica mais caro fazer empréstimos ou compras a prazo. Ao reduzir o consumo, a demanda por produtos diminui, o que ajuda a controlar a inflação, que ocorre quando a oferta não acompanha a demanda. Na última segunda-feira (19), o presidente do BC, Gabriel Galípolo, reforçou que, diante do cenário atual, faz sentido manter os juros em patamar alto por mais tempo. O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país. Cenário fiscal dos EUA Já a notícia do dia para os mercados globais é a aprovação pela Câmara dos Deputados dos EUA do "One Big Beautiful Bill Act" ("Um projeto grande e bonito", na tradução), nomeado pelos republicanos em homenagem ao presidente Donald Trump. O pacote, que agora segue para o Senado, busca tornar permanentes os cortes de impostos de renda individual e sobre herança aprovados no primeiro mandato de Trump, em 2017, além de promulgar promessas que ele fez na campanha de 2024 de não tributar gorjetas, horas extras e juros de alguns empréstimos para automóveis. Para compensar parcialmente a perda de receita, a legislação propõe cancelar incentivos à energia verde aprovados pelo ex-presidente democrata Joe Biden e restringe a elegibilidade para programas de saúde e alimentação para os pobres. Mesmo assim, as medidas devem adicionar cerca de US$ 3,8 trilhões à dívida americana, que já corresponde a 124% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Segundo o presidente-executivo do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, apesar de o projeto sobre impostos e gastos ter potencial para ajudar a trazer estabilidade para o país, ele não é propício para a redução do déficit público. "Acho que eles deveriam fazer a lei tributária. Acho que isso estabilizará um pouco as coisas, mas provavelmente aumentará o déficit", afirmou o executivo na Cúpula Global da China do JPMorgan em Xangai. A preocupação com a situação fiscal dos EUA foi, inclusive, um dos argumentos usados pela agência Moody's para rebaixar a nota de crédito dos EUA. Segundo a companhia, "as sucessivas administrações e o Congresso dos EUA falharam em chegar a um acordo sobre medidas para reverter a tendência de grandes déficits fiscais anuais e custos crescentes de juros". Incomodados com essa situação, e também com as medidas tarifárias de Trump, os investidores estão vendendo cada vez mais o dólar e outros ativos americanos que constituem a base do sistema financeiro global. Nesta quarta-feira (21), 12 estados norte-americanos entraram com uma ação judicial para suspender as tarifas do republicano, alegando que Trump extrapolou sua autoridade ao declarar emergência nacional para taxar parceiros comerciais. Agenda de indicadores e noticiário global Entre os indicadores do dia, o mercado repercute a divulgação dos novos dados de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, que registraram uma queda na semana passada, para 227 mil. O número sugere que a economia manteve um ritmo constante de crescimento do emprego em maio. Além disso, a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA, divulgada pela S&P Global mostrou que a atividade empresarial norte-americana acelerou neste mês, em meio à trégua comercial com a China. As tarifas abrangentes de Trump sobre produtos importados, no entanto, elevaram os preços para empresas e consumidores. Ainda nos EUA, a Associação nacional de Corretores de imóveis do país informou que as vendas de moradias usadas caíram de forma inesperada em abril, apesar de uma queda temporária nas taxas de hipotecas e do aumento da oferta. A expectativa é que esse número se mantenha em meio à crescente incerteza econômica por lá. Na Ásia, um membro da diretoria do Banco Central do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Asahi Noguchi, afirmou nesta quinta-feira que não vê necessidade de uma intervenção no mercado de títulos para conter os recentes aumentos acentuados nos rendimentos de prazos mais longos. Já na Europa, o banco central alemão afirmou que a economia do país deve ficar estagnada novamente neste trimestre, uma vez que as tarifas dos EUA afetam as exportações e os novos planos de gastos de Berlim não irão sustentar o crescimento até o próximo ano.
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