Dólar fecha em leve alta, a R$ 5,75, com recuo nas tarifas de Trump; Ibovespa opera estável

A moeda norte-americana avançou 0,02%, cotada a R$ 5,7570. Já o principal índice da bolsa caminhava estável na última hora do pregão. Notas de dólar. Murad Sezer/ Reuters O dólar fechou em leve alta nesta quinta-feira (6), a R$ 5,75, com o mercado repercutindo os novos capítulos do "tarifaço" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O republicano afirmou nesta tarde que vai adiar mais uma vez a cobrança de tarifas sobre produtos importados do Canadá e do México. Segundo Trump, os países não precisarão pagar taxas sobre nenhum produto que se enquadre no Acordo USMCA (acordo comercial entre EUA, México e Canadá). O adiamento da taxação será válido até 2 de abril, data em que outras tarifas impostas por Trump devem começar a valer. Na quarta-feira (5), Trump havia suspendido por 30 dias a cobrança de tarifas sobre automóveis dos dois países. Um dia antes, havia entrado em vigor a decisão de taxar todas as importações provenientes do Canadá e do México. Uma posição mais flexível em relação ao tarifaço traz alívio para os mercados, que temem que o excesso de taxas sobre o que entra nos EUA possa promover uma disparada na inflação do país — o que poderia impactar o mundo todo. Além da política tarifária norte-americana, o mercado também opera com expectativa pela divulgação de novos dados econômicos no Brasil e nos EUA nesta sexta-feira (7). O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em leve alta. Veja abaixo o resumo dos mercados. Em meio a decretos de Trump elevando tarifas, veja principais itens do comércio entre Brasil e EUA e as tarifas cobradas Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair Dólar O dólar subiu 0,02%, cotado a R$ 5,7570. Veja mais cotações. Com o resultado, acumulou: queda de 2,69% na semana e no mês; perdas de 6,84% no ano. No dia anterior, a moeda americana teve baixa de 2,71%, cotada a R$ 5,7559. a Ibovespa Por volta das 17h, Ibovespa avançava 0,03%, aos 123.085 pontos. Na véspera, o índice teve alta de 0,20%, aos 123.047 pontos. Com o resultado, o Ibovespa acumulou: ganhos de 0,20% na semana e no mês; ganhos de 2,30% no ano. O que está mexendo com os mercados? Nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil do quatro trimestre de 2024, além do número fechado de crescimento da economia em todo o ano. A expectativa do mercado é de uma alta de 4,0% na atividade econômica do país no ano passado, patamar muito maior que as primeiras projeções referentes a 2024, que apontavam para um crescimento de cerca de 2,0%. A composição do PIB será observada com atenção para entender o que ainda está estimulando a economia e quais setores podem passar por uma desaceleração ao longo de 2025. No exterior, o mercado espera novos dados do mercado de trabalho dos EUA. Enquanto aguardam por esses números, os investidores seguem repercutindo as últimas notícias sobre o tarifaço de Trump, que anunciou novos recuos nas taxas de 25% aplicadas sobre produtos do Canadá e no México nesta semana. Na quarta, antes dos novos recuos, a Casa Branca já havia informado a suspensão de taxas sobre importações de automóveis do Canadá e do México por um período de um mês. Segundo a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, Trump conversou com os presidentes de três grandes montadoras — a Ford, a General Motors (GM) e a Stellantis —, avisando-os que deveriam mover a produção do Canadá e do México para os EUA. "Falamos com as três grandes concessionárias de automóveis. [...] Vamos dar uma isenção de um mês para qualquer automóvel que venha pelo USMCA", afirmou Trump em comunicado, referindo-se ao acordo de livre comércio da América do Norte, negociado em seu primeiro mandato. Mais cedo, também na quarta, Howard Lutnick disse que tarifas recíprocas mais amplas ainda viriam em 2 de abril, mas de forma escalonada, com algumas sendo cobradas imediatamente e outras levando semanas ou meses antes de serem impostas. A perspectiva de que os EUA podem ser mais flexíveis com a política tarifária agrada o mercado porque diminui a cautela com a possível pressão inflacionária decorrente das medidas. Taxas maiores aos produtos que chegam aos EUA tendem a elevar os preços dos insumos e produtos no país, encarecendo a produção de diversas cadeias produtivas e os preços para o consumidor final — movimento que pode pressionar a inflação americana. Uma inflação maior nos EUA pode levar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a elevar suas taxas de juros. Isso aumentaria, também, a rentabilidade dos títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo, o que leva investidores a retirarem seu dinheiro de ativos de risco e migrarem para esses títulos, influenciando o preço do dólar e, consequentemente, a inflação em todo o mundo. Entenda o 'tarifaço' de Trump Na terça, entraram em vigor as tarifas de 25% que Trump impôs sobre todas as importações que chegam do México e do Canadá aos E

Mar 6, 2025 - 18:00
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Dólar fecha em leve alta, a R$ 5,75, com recuo nas tarifas de Trump; Ibovespa opera estável

A moeda norte-americana avançou 0,02%, cotada a R$ 5,7570. Já o principal índice da bolsa caminhava estável na última hora do pregão. Notas de dólar. Murad Sezer/ Reuters O dólar fechou em leve alta nesta quinta-feira (6), a R$ 5,75, com o mercado repercutindo os novos capítulos do "tarifaço" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O republicano afirmou nesta tarde que vai adiar mais uma vez a cobrança de tarifas sobre produtos importados do Canadá e do México. Segundo Trump, os países não precisarão pagar taxas sobre nenhum produto que se enquadre no Acordo USMCA (acordo comercial entre EUA, México e Canadá). O adiamento da taxação será válido até 2 de abril, data em que outras tarifas impostas por Trump devem começar a valer. Na quarta-feira (5), Trump havia suspendido por 30 dias a cobrança de tarifas sobre automóveis dos dois países. Um dia antes, havia entrado em vigor a decisão de taxar todas as importações provenientes do Canadá e do México. Uma posição mais flexível em relação ao tarifaço traz alívio para os mercados, que temem que o excesso de taxas sobre o que entra nos EUA possa promover uma disparada na inflação do país — o que poderia impactar o mundo todo. Além da política tarifária norte-americana, o mercado também opera com expectativa pela divulgação de novos dados econômicos no Brasil e nos EUA nesta sexta-feira (7). O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em leve alta. Veja abaixo o resumo dos mercados. Em meio a decretos de Trump elevando tarifas, veja principais itens do comércio entre Brasil e EUA e as tarifas cobradas Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair Dólar O dólar subiu 0,02%, cotado a R$ 5,7570. Veja mais cotações. Com o resultado, acumulou: queda de 2,69% na semana e no mês; perdas de 6,84% no ano. No dia anterior, a moeda americana teve baixa de 2,71%, cotada a R$ 5,7559. a Ibovespa Por volta das 17h, Ibovespa avançava 0,03%, aos 123.085 pontos. Na véspera, o índice teve alta de 0,20%, aos 123.047 pontos. Com o resultado, o Ibovespa acumulou: ganhos de 0,20% na semana e no mês; ganhos de 2,30% no ano. O que está mexendo com os mercados? Nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil do quatro trimestre de 2024, além do número fechado de crescimento da economia em todo o ano. A expectativa do mercado é de uma alta de 4,0% na atividade econômica do país no ano passado, patamar muito maior que as primeiras projeções referentes a 2024, que apontavam para um crescimento de cerca de 2,0%. A composição do PIB será observada com atenção para entender o que ainda está estimulando a economia e quais setores podem passar por uma desaceleração ao longo de 2025. No exterior, o mercado espera novos dados do mercado de trabalho dos EUA. Enquanto aguardam por esses números, os investidores seguem repercutindo as últimas notícias sobre o tarifaço de Trump, que anunciou novos recuos nas taxas de 25% aplicadas sobre produtos do Canadá e no México nesta semana. Na quarta, antes dos novos recuos, a Casa Branca já havia informado a suspensão de taxas sobre importações de automóveis do Canadá e do México por um período de um mês. Segundo a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, Trump conversou com os presidentes de três grandes montadoras — a Ford, a General Motors (GM) e a Stellantis —, avisando-os que deveriam mover a produção do Canadá e do México para os EUA. "Falamos com as três grandes concessionárias de automóveis. [...] Vamos dar uma isenção de um mês para qualquer automóvel que venha pelo USMCA", afirmou Trump em comunicado, referindo-se ao acordo de livre comércio da América do Norte, negociado em seu primeiro mandato. Mais cedo, também na quarta, Howard Lutnick disse que tarifas recíprocas mais amplas ainda viriam em 2 de abril, mas de forma escalonada, com algumas sendo cobradas imediatamente e outras levando semanas ou meses antes de serem impostas. A perspectiva de que os EUA podem ser mais flexíveis com a política tarifária agrada o mercado porque diminui a cautela com a possível pressão inflacionária decorrente das medidas. Taxas maiores aos produtos que chegam aos EUA tendem a elevar os preços dos insumos e produtos no país, encarecendo a produção de diversas cadeias produtivas e os preços para o consumidor final — movimento que pode pressionar a inflação americana. Uma inflação maior nos EUA pode levar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a elevar suas taxas de juros. Isso aumentaria, também, a rentabilidade dos títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo, o que leva investidores a retirarem seu dinheiro de ativos de risco e migrarem para esses títulos, influenciando o preço do dólar e, consequentemente, a inflação em todo o mundo. Entenda o 'tarifaço' de Trump Na terça, entraram em vigor as tarifas de 25% que Trump impôs sobre todas as importações que chegam do México e do Canadá aos EUA, além de tarifas adicionais de 10% sobre tudo que vem da China. As taxas sobre México e Canadá foram adiadas por 30 dias, mas o presidente norte-americano afirmou que o início da tarifação é consequência da contínua entrada de drogas provenientes dos países taxados nos EUA. "Não podemos permitir que esse flagelo (a entrada de drogas) continue prejudicando os EUA. Portanto, até que ele pare ou seja seriamente limitado, as tarifas propostas programadas para entrar em vigor no dia 4 de março entrarão, de fato, em vigor, conforme programado", disse Trump. "Da mesma forma, será cobrada da China uma tarifa adicional de 10% nessa data". Além das taxas sobre os três países, Trump também já anunciou uma série de outras medidas e semelhantes, como: tarifas de 25% para todas as importações de aço e alumínio que chegam aos EUA, a partir de 12 de março; a cobrança de tarifas recíprocas a países que cobram taxas de importação de produtos americanos, a partir de 2 de abril; a promessa mais recente, feita nesta segunda-feira (3), de impor tarifas de importação a todos os produtos agrícolas que chegam ao país também a partir de 2 de abril. A alternativa para que não haja a cobrança das taxas, segundo Trump, é que "as empresas se mudem para os EUA" Como resposta ao tarifaço, que começa afetando China, México e Canadá, estes três países foram os primeiros a anunciar novas taxas contra os EUA. O Canadá foi o mais rápido a reagir e anunciou uma medida de retaliação ainda nesta segunda-feira. Em comunicado, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmou que o país iria impor tarifas de 25% sobre US$ 107 bilhões em produtos dos EUA. Segundo Trudeau, parte das medidas entraria em vigor já nesta terça-feira (4), enquanto o restante passaria a valer em um prazo de 21 dias. "Nossas tarifas permanecerão em vigor até que a ação comercial dos EUA seja retirada e, caso as tarifas dos EUA não cessem, estamos em discussões ativas e contínuas com províncias e territórios para buscar diversas medidas não tarifárias", acrescentou o primeiro-ministro canadense. Depois, foi a vez da China. Pequim não apenas impôs novas taxas de 10% a 15% sobre as exportações agrícolas dos EUA, como também anunciou novas restrições de exportação e investimento a 25 empresas dos EUA, afirmando "motivos de segurança nacional". Segundo o governo chinês, produtos como frango, trigo, milho e algodão dos EUA terão uma taxa adicional de 15%, enquanto soja, sorgo, carne suína, carne bovina, produtos aquáticos, frutas, vegetais e laticínios sofrerão uma tarifa extra de 10%. As medidas passam a valer em 10 de março. Nesse caso, a expectativa é que as novas taxas impostas pela China afetem cerca de US$ 21 bilhões em exportações de produtos agrícolas e alimentícios norte-americanos, deixando as duas maiores economias do mundo um passo mais perto de uma guerra comercial total. O país já tinha anunciado tarifas de 15% para carvão e gás natural liquefeito (GNL) e taxas de 10% para petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns automóveis dos EUA em fevereiro, também em retaliação às medidas de Trump. "Tentar exercer pressão extrema sobre a China é um erro de cálculo e um engano", afirmou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim em uma entrevista coletiva, acrescentando que a China nunca sucumbiu à intimidação ou à coerção. A China ainda afirmou que vai investigar alguns produtores norte-americanos de um tipo de fibra óptica por burlarem medidas antidumping, além de ter suspendido as licenças de importação de três exportadores norte-americanos e interrompido embarques de madeira serrada vindos dos EUA. Pequim também adicionou 15 empresas norte-americanas à sua lista de controle de exportação, que proíbe empresas chinesas de fornecer tecnologias de uso duplo a empresas dos EUA, e colocou 10 empresas norte-americanas em sua Lista de Entidades Não Confiáveis ​​por venderem armas para Taiwan. A China reivindica o país como seu próprio território, embora a ilha autônoma rejeite isso. Por fim, veio o México. Nesta terça-feira, a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum condenou as tarifas impostas pelos EUA e prometeu uma retaliação aos norte-americanos. Segundo a chefe de Estado mexicana, não há justificativa para que os EUA imponham as taxas de 25% sobre as importações do México, destacando que o país colaborou com o vizinho norte-americano em questões de migração, segurança e combate ao tráfico de drogas. "Não há razão, fundamento ou justificativa para apoiar esta decisão que afetará nosso povo e nossas nações. Ninguém ganha com esta decisão", disse Sheinbaum em entrevista a jornalistas, afirmando que daria detalhes sobre a resposta do México às tarifas no próximo domingo (9). *Com informações da agência de notícias Reuters

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